Se antes eu tinha alguma dúvida de que algo o incomodava, agora tinha total certeza. Pude ver a dor em seu rosto, a música e a maneira como ele colocava sua alma nisso.
Eu esperei observando seus dedos voarem sobre as teclas do piano, seu coração batendo mais alto a cada toque. De alguma forma, a música parecia nostálgica, me lembrando de dor e angústia…
A música chegou ao fim e ele abaixou a cabeça, batendo o punho no piano.
"O que o deixou tão nervoso?". Eu perguntei baixinho.
Ele tensionou a cabeça, inclinando-se em minha direção. "O que está fazendo aqui?", ele perguntou, com os olhos frios.
“Vim te perguntar algo”, disse caminhando em sua direção. Ele se levantou, olhando-me diretamente nos olhos.
"E sobre o que seria?".
"Por que?".
"Porque, o que?", ele perguntou.
"Por que ela foi embora?".
Senti a mudança em seus batimentos cardíacos e ele exalou irritado, suas narinas dilatadas. "Quem?".
"Quem? Realmente? Adriana, sua companheira, certo? Foi por isso que ela f