Dizem por aí que onde há implicância há amor. Não deve ser muito diferente com a loira revoltada, Samira Carbone, e com o boy magia de olhos verdes, Mattias Sartori. Porém, tudo pode mudar quando eles são obrigados a passarem as férias juntos na Califórnia. Ou não. "Tudo bem, eu admito: Mattias pode ser egocêntrico e pegador, mas ele é lindo, e a bunda dele é formidável. Ah, qual é. Você também repararia se ele simplesmente ficasse andando de cueca box bem debaixo do seu nariz." "Ultimamente, tudo anda muito pacato. As mesmas garotas, as mesmas menininhas infantis e artificiais. É isso que me faz querer a Samira, ela é diferente, estranha, mas atraente. De qualquer forma, eu ainda vou tê-la, nem que for uma vez só. Mas tem um problema. Aquele garoto, aquele que vive grudado nela. Qual é o nome mesmo? Wesley, Walker Will! Isso, William, ou como prefere, Will. Parece que eles são só amigos, mas eu não acredito em amizades entre homens e mulheres, então aí tem."
Ler maisSubi e me sentei na janela do sótão, era ali meu quarto. Elevei meu olhar ao céu, abraçando meus joelhos e debruçando minha cabeça nele.
Desde pequena eu adorava olhar as estrelas. Gostava de procurar constelações e gerar histórias. Gostava de imaginar que há centena de anos outras pessoas viam as mesmas estrelas que eu.
Os fones em meus ouvidos tocavam Wonderwall em volume máximo, apesar de eu não estar prestando muita atenção a música, e sim na vista à minha frente.
Logo minha vista começou a embaçar e tentei reprimir um soluço. Enxuguei meu rosto molhado pelas lágrimas, e mais uma vez pedi aos pontos brilhantes no negrume escuro do céu que tudo ficasse bem.
(…)
Aos 15 anos de idade, eu tinha cabelos loiros e irritantes, olhos grandes e claros. Agora, falando em moda, look e essas babaquices, era uma coisa que eu não conhecia. Futilidade. Padrão. Odiava isso.
Basicamente eu usava jeans surrados, camisetas de banda ou algo mais puxado para o preto. Nos pés, All Star, forever.
Em passos lentos, caminhei até a escola com os olhos pesados. Eu mal tinha dormido direito a noite e acordar todo santo dia às 5:30 da manhã não era mole.
Ao chegar, os portões estavam para fechar e mais uma vez entrei atrasada na sala de aula. Me dirigi rapidamente para o fundo da sala, onde ouvi risadinhas do idiota do Mattias e seus amigos babacas. Patético.
Sentei ao lado de minha melhor amiga, Emma.
– Atrasada de novo — falou ela, fazendo barulho enquanto mascava chiclete —, vai chegar uma hora em que não vão te deixar entrar.
– Acredite, esse é o meu sonho — falei, pegando meu celular, encaixando os fones e os enfiando nos ouvidos.
Aula de matemática, ninguém merecia. Eu odiava matemática.
Me debrucei na carteira e dormi a aula inteira.
(…)
– Ei, Samira… Acorda, bela adormecida —- escutei de um lugar que com certeza não era dali. De outra dimensão, talvez.
Ergui a cabeça rapidamente, e meus olhos arderam por causa da luz forte. Mattias me encarava com um sorriso de deboche. Suas covinhas apareciam e seu cabelo parecia ainda mais loiro e macio na luz do sol que entrava pela janela.
Eu ainda iria tocar naquele cabelo sedoso.
Ai meu Deus, o que eu estava pensando?
– O que foi? — perguntei estupidamente – Nada, ué. Mas quer realmente passar o intervalo na sala? – perguntou.
Olhei para a frente e vi Emma saindo da sala com um sorriso zombeteiro no rosto, desejei que um raio caísse na cabeça dela naquele momento, mas espera… nem chuva tinha e a escola tinha para-raios… ah esquece.
– É melhor do que ficar perto de você — falei e me levantei.
– Eu sei o quanto você me quer, e querendo ou não vai ficar perto de mim – falou
– Ah! Pago pra ver — falei sorrindo com ironia.
– Tudo bem, então pague e veja — falou ele.
Eu já ia saindo da sala, mas ele segurou meu braço.
Que droga, por que ele não podia ficar um segundo longe de mim? É muito difícil?
– O que você quer? — perguntei enraivecida, virando-me para ele.
– Queria saber por que você me despreza tanto.
– Impressão sua, amor — falei, dando de ombros.
Ele me segurou de novo, e eu me virei, suspirando.
– O que é? — falei, tentando conter o nervosismo.
– Sua mãe não te contou? — disse ele, com um sorriso impresso nos lábios.
– Contou o quê? — perguntei com impaciência.
– Dã… Semana que vem. Férias. — falou — Digamos que você vai ter que me aguentar.
– Ah, é? — falei, contendo uma gargalhada — Me obrigue.
– Eu não vou te obrigar, mas sua mãe vai. O porquê? Você vai ter que perguntar pra ela.
E ele saiu, mordendo o lábio inferior e arqueando uma das sobrancelhas. Sua marca registrada para fazer meus pensamentos broxarem. E o de dezenas de outras garotas.
Por uns instantes eu fiquei ali, incrédula, então acelerei o passo, e fui atrás dele.
— Eu sei que sim, ele tem. E eu tenho os meus para querer você — beijei os lábios macios dele, aprofundandoos lentamente, enquanto as mãos dele não perdiam tempo para entrar por dentro da minha blusa.Longos minutos depois, Will me olhou carinhosamente.— O que é isso? — perguntou, olhando a caixinha que novamente eu já ia me esquecendo.Franzi o cenho. Me sentia triste saber que ele ainda havia lembrando em me dar um presente antes de ir. Aliás, eu me sentia triste por quase tudo, reparou?Bem, só que talvez eu já estivesse melhor o suficiente para saber o que tinha dentro.— Ah… Mattias me deu — tirei a tampa delicadamente, apreensiva.Dentro havia a concha. Tinha quase me esquecido dela. Meus olhos voltaram a ficar molhados, mas n&a
Solucei e suspirei.— Ainda, não é? Daqui a pouco já não vai estar mais, merda!Mattias deu uma risada triste e abafada. Realmente parecia estar fazendo a canalhice de gostar de saber que eu me importava. Ele bocejou, abriu a janela, como que para ajudar a espantar o sono e o cansaço. O vento invadiu o carro e esvoaçou nossos fios claros.— Tente entender, Carbone ou Sartori — ele sorriu e limpou minha face com a ponta do dedo. — Preciso conhecer coisas novas, recomeçar minha vida, talvez me apaixonar de novo… e principalmente ficar ao lado da minha mãe. Vamos morar na casa do meu avô durante um tempo, até conseguirmos um apartamento legal. Vai ser bom para mim, para você, além do mais, preciso de um tempo longe do velho. E mesmo se passar uma centena de anos, e meu pênis parar de funcionar, eu jamais esquecerei de você, loirinha. Eu juro.
Os fogos de artificio rugiram e estralaram no céu escuro em vários tons de cores: dourado, vermelho, azul, verde, laranja. Alguns estouravam e formavam pequenas estrelas durante alguns segundos, chiando. Outros fascinavam e deixavam tudo mais belo por causa das cores.Finalmente Nicholas Hunter Steiner estava se acertando comigo.Antes de partimos, eu havia o procurado, lhe fornecido dinheiro, e tudo que ele teve que fazer era comprar os fogos e os estourarem no céu. E Nico estava fazendo isso muito bem."— Eu nunca esqueço uma dívida, gata. E eu tenho uma enorme com você. Pode se mandar agora, na paz, na boa. Adeus."E somente meia hora depois, enquanto os carros dos Carbone, e dos Sartori se afastavam cada vez mais da casa de praia, número 38, da área particular, da área pública da praia e do deck, os fogo
Pov’s WillParticularmente, eu não sabia dizer se Mattias e Sam eram mesmo irmãos ou não. Talvez. A possibilidade era grande. Ambos eram loiros, olhos verdes. Por que não? Sem querer ser egoísta e nem nada, mas se eles fossem, pelo menos não havia mais nenhuma chance de a Sam sentir alguma coisa, digamos, indecentes por Mattias. Mas eu sabia que ela não tava nenhum pouco afim de ser irmã dele. Aquilo a deixava doente, e por esse motivo, eu preferia que eles também não fossem. Eu só queria ela bem. Ela estando feliz, eu também estava.Quando decidimos arrumar nossas malas para voltarmos, me perguntei se aquilo seria bom. Sabe, ir embora da Califórnia. Depois de um tempo, decidi que sim. Seria quase um novo começo, um início, só mudaria a paisagem, as pessoas e a rotina.E além do mais, Sam e eu… estava perfeito entre a
Ter uma conversa com meu pai e minha mãe era algo que eu já sabia que iria acontecer, cedo ou tarde.Minha mãe estava péssima, seus olhos estavam inchados e com olheiras profundas, seu cabelo estava desgrenhado e ela parecia ter envelhecido dez anos em quatro dias. Meu pai era a mesma incógnita de sempre, sem parecer se importar ou ligar para nada. Era como se nada disso fizesse parte do mundo dele.— Como você sabe, daqui três dias vamos embora — falou minha mãe, calmamente.— Vamos nos separar. Vou continuar em Winstonford, na minha outra casa — disse meu pai. Ele falava do mesmo jeito que uma pessoa comentava o tempo lá fora, com uma indiferença que me fazia desejar berrar de raiva.Tudo bem para mim. Era o melhor. Meus pais nunca se amaram mesmo e eu não era do tipo que caía em depressão por causa dos pais se divorciando.— Hm.
— Eu não acredito que eu seja irmã dele. Mattias é o pior tipo de pessoa que eu já vi. — solucei. — Eu odeio ele.Will colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.— Sammy, sabe que esse tipo de coisa vem do tratamento recebido e não da genética. Você não precisa ser ruim pra ser irmã dele. Sinto muito, baby — sussurrou.— Eu sei — murmurei com a voz abafada. — Mas, por favor, por favor, deixe eu acreditar que não somos irmãos, por favor. Eu odeio tanto ele.Will colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.— Você só está com raiva. Tudo vai ficar bem, confie em mim. Estou com você.— Será que tem alguma coisa que eu ainda não sabia? — indaguei mais para mim mesmo. — Will, por favor, nunca minta pra mim. Eu odeio mentiras. Minha vida p
Último capítulo