Pov: Eva Monteiro
O silêncio depois da ligação pesava mais do que a própria voz dele.
Fiquei parada, com o celular ainda na mão, como se a tela fosse cuspir alguma resposta para aquilo que ele disse.
“Seu inferno ainda não acabou.”
Como se eu já não tivesse vivido o suficiente pra saber o que é arder por dentro.
Mas o jeito que ele falou… não soou como uma ameaça, soou como promessa.
Droga.
Meu corpo inteiro reagiu antes mesmo da minha cabeça processar.
Primeiro veio a confusão, aquele nó no estômago de quem não sabe se corre ou se fica. Depois, a raiva. Porque logo eu!? de todas as pessoas que ele poderia infernizar, ele escolheu invadir minha mente com meia dúzia de palavras.
E no meio disso tudo, eu estava sentindo um calor estranho, incômodo, baixo demais no meu corpo.
Fechei os olhos e joguei o celular na mesa.
Respira, Eva. Ele não pode ter esse poder sobre você.
Abri a planilha de relatórios, tentei mergulhar nos números, focar em algo racional, concreto, qualquer coisa que nã