Daniel
Naquela manhã, acordei antes mesmo do sol dar sinal de vida. O chalé estava mergulhado num silêncio acolhedor, envolto pela névoa que cobria o jardim lá fora, deixando tudo com um ar quase mágico. Sentei na beira da cama, esfreguei o rosto com as mãos e, instintivamente, olhei para o lado. Sorri. Karina ainda dormia, encolhida debaixo do edredom, com os cabelos castanhos espalhados pelo travesseiro e uma expressão tão calma que parecia flutuar em sonhos bons. Aquela visão era tudo.
De todas as reviravoltas que a vida já me deu, ela foi, sem dúvida, a mais bonita.
Desde o nosso primeiro encontro, que aconteceu de maneira tão natural que parecia coisa do destino, a gente não conseguiu mais se afastar. E mesmo sem termos dito em voz alta, o que existia entre nós já era muito mais sólido do que muitos chamam de namoro. Mas eu queria mais. Queria que ela soubesse com todas as letras que não era só desejo, não era só carinho, nem só cumplicidade. Era amor. Amor real, inteiro, tra