Demir percebia a chegada de Elara. Por mais que fosse discreta, era uma mulher atraente, de porte esguio, olhos castanhos intensos e perspicazes, sob os óculos de lentes largas que atribuía um imenso magnetismo à figura em seu terno de cor de pérola e a camisa branca, imaculada. O sobretudo, de couro, da cor de caramelo se destacava em meio aos jovens de roupas casuais e parkas coloridas.
— Bem vinda, Doutora! - Demir se apressou para se aproximar da mulher que, naturalmente, abria o caminho diante de si. - Por aqui, por favor. - Disse o temido professor, servil. Era uma cena e tanto. Aquela mulher já estava envolvida em cenas dele dentro do campus, estavam sob os holofotes curiosos dos jovens que procuravam a próxima fofoca do corredor.
— Obrigada, Doutor. - Elara mantinha a pose, ainda que estivesse tremendo por dentro. Algo, naquele homem, a aterrorizava, mas haviam olhares demais, ali, estava à salvo, exposta até os ossos. Uma cena e tudo se resolveria. Ela se acomodou à mesa, e