POV EROS
—Não tem problema, querida. Vai passar —disse a Celeste, tentando tranquilizá-la.
Olhei para o enorme nome preto “Esmeralda” estampado no meio do nosso novo conjunto de sofás de couro branco. Era uma peça clássica italiana antiga e valia uma fortuna.
—Faz anos que explico para ela que escrever e desenhar é só no papel, não nas paredes, móveis ou eletrodomésticos. Mas ela não entende.
—Ela é uma criança, não vai entender —puxei Celeste para perto e envolvi meu braço sobre os ombros dela.
—Ela está colocando o nome dela em todo lugar. Na tela da TV, na geladeira, na minha bolsa nova, no seu notebook, no boné do Wade e até na porta da frente.
É. Lembrei que vi a TV ontem à noite. Foi estranho ver o nome “Esmeralda” bem no meio da tela. Até hesitei em tomar uma cerveja, porque o nome dela estava na garrafa.
—Acho que ela está empolgada porque aprendeu a escrever o próprio nome.
—Queria saber onde ela achou essa caneta preta. Eu me certifiquei de manter todas as canetas longe dela