Gael Lubianco
O relógio digital sobre a mesa marcava onze e quarenta e dois da manhã quando o som das notificações no celular quebrou o breve momento de concentração. No escritório, a luz natural entrava pelas amplas janelas de vidro, refletindo o movimento da cidade lá fora. Luiz, parceiro de negócios e amigo de longa data, estava sentado à frente, revisando alguns números no tablet enquanto o silêncio preenchia o ambiente.
— Esse contrato com os investidores americanos pode render mais do que esperávamos — comentou, mantendo o olhar fixo nos dados. — Se conseguirmos a aprovação até sexta, a expansão começa ainda este trimestre.
Concordar era fácil, mas manter a mente focada parecia impossível. Desde o retorno da viagem com Leandra e os gêmeos, a sensação de inquietação havia se tornado quase constante. O telefone tocava com frequência, e toda vez o nome que aparecia na tela trazia o mesmo peso no peito.
O aparelho vibrou sobre a mesa. O nome dela — *Paulina* — brilhou como uma lâmi