Capítulo 70

O caminho de volta para casa foi silencioso. O motor do carro rugia, mas dentro de mim só havia um silêncio denso, que pesava mais do que qualquer barulho. A pasta com os documentos estava ao meu lado no banco do passageiro. Olhei para ela em alguns momentos, como se fosse um símbolo do que acabara de acontecer.

Paulina assinou. Deixou escapar sua raiva, suas ameaças, mas no fim, cedeu. Agora estava nas minhas mãos o que eu deveria ter feito desde o início.

Por um instante, imaginei o que Leandra diria se soubesse. Talvez me olhasse com aquele misto de surpresa e desconfiança. Talvez risse, amarga, como fez quando disse que eu era seu marido para tentar impedi-la de ir embora. Ou talvez chorasse, não de dor, mas de alívio. Não sabia. E a incerteza me consumia.

Quando cheguei em casa, a noite já avançava. As luzes estavam apagadas em quase todos os cômodos. Caminhei devagar, como quem pisa em território sagrado. A mansão nunca pareceu tão grande, nem tão vazia. Por mais que tivesse tud
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