Cap. 156
Aurora saiu da sala deixando o pai sozinho, como quem foge de um incêndio. O peso da verdade era demais para carregar de uma só vez. Do lado de fora, encontrou Andrews encostado na parede do corredor, de braços cruzados, como se já soubesse que ela não suportaria ficar ali por muito tempo.
— Vamos sair daqui — disse ela, a voz trêmula. — Eu estou cansada. Muito cansada.
Andrews assentiu silenciosamente e a acompanhou até o carro. No caminho de volta, ela manteve os olhos fixos na janela, como se o mundo lá fora fosse mais fácil de encarar do que o que havia acabado de descobrir.
Quando já estavam dentro da mansão, num dos corredores mais silenciosos, Aurora parou de repente, como se algo lhe atravessasse a alma.
— Pérola... — ela sussurrou. — Ela não é filha do meu padrasto.
Andrews virou-se para encará-la, confuso.
— O quê?
— Eu preciso proteger ela, Andrews. Ainda mais agora. Minha mãe pode querer tomar ela de mim... e legalmente ela tem esse direito. — Aurora passou a mão