Cap. 178
Pela manhã, Aurora mantinha a mesma rotina ao se sentar em frente à penteadeira — mas não para se arrumar. Ela tinha um novo passatempo.
Era uma caixa de música velha, que ela havia pegado escondida no quarto infantil onde estavam guardados antigos documentos do filho falecido de Andrews. Era uma caixa antiga, mas ainda imponente em sua simplicidade. Tinha acabamento em madeira escura e, dentro dela, um pequeno bailarino rodopiava ao som de uma melodia suave. Aurora sempre ouvia com o coração apertado.
A música a envolveu. Uma nostalgia amarga subia pelo peito, enquanto memórias de uma vida que parecia tão distante surgiam em sua mente.
Foi então que seus olhos caíram sobre um pequeno par de sapatinhos de bebê, escondidos nas profundezas da caixa. Estavam ali como um segredo guardado, acompanhados por alguns pequenos papéis com registros especiais.
Aurora tirou os sapatinhos de dentro da caixa e os segurou contra o peito, fechando os olhos com força. Uma lágrima escorreu por