Jaqueline suspirou, sem poder fazer nada:
— Que abandono? Pare de falar assim. Aliás, a vovó me ligou. Eu não contei para ela sobre a sua cirurgia, por enquanto não diga nada para ela. Quanto ao que aconteceu no casamento, eu já encobri isso por você.
— Obrigado, eu agi por impulso.
Só depois de sóbrio, Roberto percebeu como tinha sido impulsivo. No entanto, se fosse para dizer que se arrependeu, ele também não sentia tanto arrependimento assim.
Se tivesse outra chance, achava que talvez agiria da mesma forma. Na vida, sempre havia momentos de impulsividade, como um eletrocardiograma: se a linha ficasse reta, significava que a pessoa morreu, sempre precisava haver altos e baixos.
— Só agora você percebeu que foi impulsivo? — Disse Jaqueline, com o rosto frio. — Quando está bêbado, você esquece de tudo.
— Desculpa, não vai acontecer de novo.
Ao ver a expressão envergonhada de Roberto ao pedir desculpas, Jaqueline sentiu um pouco de compaixão, mas apenas um pouco. Sua razão lhe dizia qu