Roman Ostrov
O ar estava pesado, tão pesado quanto a responsabilidade que carregava nos ombros. O escritório parecia menor, sufocante, enquanto eu olhava para Donatella sentada à minha frente. Ela era um enigma que eu me recusava a resolver completamente, mas que me atraía como nada mais. Havia força nela, uma determinação que me fazia querer testá-la até o limite. Hoje, no entanto, o limite seria meu.
Observei-a apertar a moeda entre os dedos como se fosse um talismã. Era isso que ela fazia. Agarrava algo pequeno, simbólico, e transformava em uma fortaleza contra tudo e todos. Mas dessa vez, nem mesmo a moeda a protegeria.
— Você sabe por que está aqui. — Minha voz saiu firme, controlada, como sempre.
Ela levantou o olhar para mim, aquele brilho desafiador em seus olhos que me irritava e fascinava ao mesmo tempo.
— Imagino que seja mais uma das suas provas. — Disse ela, com amargura suficiente para tingir cada palavra.
Inclinei-me ligeiramente, cruzando os braços sobre a