114: No Covil do Demônio

MIA

O ar da mansão era diferente. Denso. Quase palpável, como se cada parede tivesse olhos, e cada sombra, ouvidos.

Eu dei os primeiros passos como quem atravessa um campo minado, consciente de que cada gesto seria observado. Analisado. Julgado.

O silêncio era cortante, mas não tanto quanto o homem que me aguardava.

Tomasio.

Tomasio apenas sorriu — um sorriso que fez cada parte do meu corpo se arrepiar. Cruel. Gélido. Um sorriso digno do próprio demônio.

Lindamente repulsivo.

Seu rosto anguloso estava banhado pela luz que entrava pelas claraboias. Os olhos, de um cinza pálido e cortante como vidro, me atravessavam. Os fios grisalhos n

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