MIA
O sol mal havia vencido o nevoeiro da manhã quando os passos dele rasgaram o jardim como uma tempestade súbita.
A brisa era fria, cheirava a sangue e rosas murchas.
— Mia! — A voz de Vittorio veio antes dele, grave, rouca, carregada de urgência e terror.
Ele surgiu no pátio como uma força da natureza, os olhos arregalados ao ver o corpo de Gisela desfalecido nos meus braços.
— Meu Deus... — sussurrou, como se a realidade estivesse despencando sob seus pés.
Aurora apareceu logo atrás, arrastando o roupão de seda pelo chão de pedras, o rosto pálido, o cabelo solto e desgrenhado, como se tivesse sido arrancada dos s