Pantera narrando
O sol já tava descendo no céu, pintando tudo de laranja e dourado, e eu ali, de canto, só observando a cena. Janete andando pela areia como se fosse dona da praia, toda cheia de si depois do beijo que eu mandei de surpresa.
E mano... que beijo.
Ela tentou manter a pose, fingir que não sentiu, mas eu vi no olho dela. Vi no jeito que ela mordeu o lábio, no olhar cortante, no silêncio cheio de raiva misturada com desejo. Janete é tipo esses vulcão que parece calmo, mas qualquer tremedeira já desperta o fogo. E eu gosto disso.
Blackout chegou do meu lado rindo, já sabendo o que rolou.
— Tu é doido, né, Pantera? Vai botar fogo na areia com essa mulher aí.
— Essa mulher aí ainda vai ser minha, parceiro. Só não sabe ainda.
Ele gargalhou, bateu no meu ombro.
— Tu gosta de desafio, hein?
— Desafio bom é o que vale a pena no final. E essa aí… é daquelas que faz valer cada passo.
Fiquei só de longe vendo ela conversar com a amiga. Ela brava, mas rindo por dentro. Janete pode ba