11- Janete

Janete narrando

Assim que meus olhos cruzaram com os dele de novo, senti aquele arrepio subir pela espinha. Pantera tava encostado no balcão, cigarro entre os dedos e um olhar que parecia querer me despir ali mesmo, no meio da calçada. Mas eu mantive a pose. Ombro erguido, queixo firme e aquele andar lento que eu sei que chama atenção.

— Achei que depois do baile tu tinha sumido, morena — ele soltou, voz baixa e provocativa.

Tirei os óculos escuros devagar, só pra ele ver meus olhos encarando os dele sem medo.

— E eu achei que você era só mais um. Mas olha só… ainda tá tentando marcar presença, né? — respondi, firme, sem vacilar.

Vi o canto da boca dele puxar um sorriso de canto, mas ele disfarçou rápido. Fingiu que não se abalou, mas eu vi. Vi nos olhos dele que aquilo cutucou.

Nath, claro, já tava toda agarradinha com o tal do Blackout, rindo, cochichando, como se o mundo ali fosse só diversão. E eu… ali, no meio do fogo cruzado de um homem que me olha como se soubesse que vai me t
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