A missão de "checar duas vezes" o restaurante era, claramente, uma ordem disfarçada de banimento. Ethan não queria que eu ficasse na suíte nem mais um segundo, e eu sabia que não era por causa do timing do Sheikh.
Cheguei ao Le Perroquet com meia hora de antecedência. Era um restaurante francês moderno, com estrelas Michelin, que servia como um refúgio luxuoso e semi-privativo para os poderosos de Manhattan.
O gerente de relações me recebeu pessoalmente – uma deferência que só o nome Fontaine poderia garantir – e me levou à mesa privada que eu havia reservado. Eu revisei os detalhes: a iluminação, o arranjo das cadeiras, a seleção de vinhos que Patrícia havia pré-aprovado. A mesa estava impecável.
Voltei para a entrada e esperei. Eu usei aqueles minutos para tentar processar a interação com Ethan. O calor da mão dele em minhas costas, o sussurro de ciúme (ou seria irritação por quebrar o protocolo?), a menção ao "charme brasileiro"— tudo isso era pessoal e totalmente fora da esf