Sheila abriu os olhos, mas tudo o que desejava era voltar a dormir. Seus pesadelos só a visitavam quando estava acordada, especialmente nas manhãs. Naquele dia em particular, teria de reunir forças para enfrentar a família do falecido marido — as mesmas pessoas que a acusavam de tê-lo matado por interesse, de ter conspirado e até mesmo recorrido a forças sobrenaturais para executar o trabalho sujo.
Soltou um longo suspiro, buscando dentro de si a coragem necessária para sobreviver a mais um dia. Luana havia lhe assegurado que tudo ficaria bem após a leitura do testamento, mas não era isso que a assustava. Aquela família tinha o dom de tirá-la do sério, de trazer à tona o seu pior lado. E hoje, mais do que nunca, ela precisava manter o controle.
Levantou-se da cama e foi tomar banho. Ao procurar no guarda-roupa algo para vestir, sentiu novamente o peso do medo a assombrá-la. Felizmente, suas filhas não precisariam presenciar o triste espetáculo que ela já previa.
Após longos minutos de