O segundo dia no escritório começou com Elize atravessando a recepção com passos seguros e um vestido de alfaiataria leve, em tom creme, que combinava com os brincos discretos e o coque alto que deixava a nuca à mostra. Estava elegante e confortável, como havia prometido a si mesma que seria toda terça-feira.
Glória a recebeu com um sorriso cúmplice e uma pasta nas mãos.
— Bom dia, minha querida. Esses aqui precisam ser levados ao doutor Henrique para assinatura.
Elize assentiu, pegou os documentos e seguiu pelo corredor que já começava a parecer familiar. Parou em frente à porta de Henrique, respirou fundo e bateu.
— Entra — a voz veio abafada, do outro lado.
Ela entrou com um sorriso contido, mas os olhos entregavam certa animação.
— Tô trazendo serviço, hein. Achei que hoje eu vinha só pra tomar café.
Henrique levantou o olhar e sorriu — aquele sorriso que não era aberto, mas sincero, que mexia com o estômago de quem o recebia.
— Pois é... dia de glória já foi ontem