O banquete amargo

O banquete amargo

O aroma de cera polida e o perfume forte da minha madrasta, Jussara, sempre me atingiam na porta. Não era o cheiro de casa. Era o cheiro de dinheiro novo. De riqueza que veio rápido, um brilho impessoal que engoliu a modéstia aconchegante que eu lembrava.

Entrei na sala de estar, a conversa deles parou bruscamente, como uma música que engasga. Meu pai, Igor, estava sentado na sua poltrona de couro importado, e Jussara, elegantemente reclinada no sofá, com um copo de cristal na mão. Pela expressão nos rostos deles, eu sabia. Eles estavam falando sobre Catarina. E não era nada bom.

- Não se preocupe, mãe. Não estou morrendo. E a Catarina... é complicado, mas estamos bem. Melhor, na verdade. — Minhas próprias palavras, ditas minutos antes, voltaram para me assombrar. Eu tinha vindo aqui buscar apoio, compartilhar um lampejo de esperança. Em vez disso, encontrei o julgamento.

" ...É a única chance que temos de crescer de verdade. É a nossa chance de percorrer e
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