Café e Visitas Controladas

Catarina Evans

O despertar havia sido a parte mais dramática. Agora, a vida se instalava na calmaria forçada da convalescença. A ordem do Doutor Almeida era lei: repouso absoluto. Meu corpo estava curando, e o bebê precisava de toda a tranquilidade que eu pudesse oferecer.

Eu ainda estava na UTI, em observação, mas o ambiente se transformou graças à intervenção de Paul e da minha família.

Paul não havia saído do meu lado. Ele não tinha mais a aparência exausta e desesperada do guardião, mas sim a postura calma e atenciosa de um marido empenhado. Ele me lia, me alimentava com colheradas pacientes de gelatina e, o mais importante, conversava sobre o nosso futuro. As horas passavam em uma intimidade renovada, onde a honestidade era a única regra.

A família se revezava em um cronograma militar. Meus pais, aliviados, coordenavam as visitas. Eles haviam montado um QG na ante sala, garantindo que eu não fosse sobrecarregada por emoções fortes. O convívio forçado,