Federick
Quando cheguei ao meu apartamento, vi que Helen já tinha deixado tudo pronto para a minha viagem. Só faltava que recolhesse as poucas coisas que restavam. Ao cruzar o limiar, lá estava Madalena, a tomar um copo de vinho em frente à janela. Mal sentiu a minha presença, virou-se e olhou-me com desdém.
«Meu filho! Querido, o que fazes em casa tão cedo?»
«Mãe, venho recolher as minhas coisas porque mudei de trabalho. Justamente queria falar com vocês.»
«Então, essa mulher conseguiu contigo? Não conseguiste recuperá-la, e ela fez o que quis contigo, como sempre!», disse enquanto dava um gole no seu copo.
«Mãe, Charlotte já não me ama. Não sente nada por mim, e não a vou obrigar. Não faz sentido ficar nessa companhia, só para me destruir a cabeça e suportar as suas humilhações.»
De repente, com fúria, a minha mãe atirou o copo ao chão. Partiu-se no mesmo instante, e os pedaços de cristal voaram por todas as partes enquanto o vinho manchava tudo à sua passagem.
«És tão idiota quanto