Fogo e Cuidado
A garagem silenciosa recebeu o carro com o rugido grave do motor. Augusto estacionou de forma precisa, desligou a máquina e saiu primeiro. Abriu a porta ao lado e se inclinou para ajudá-la.
Eloise tentou descer sozinha, mas o salto vacilou no piso frio. O corpo cambaleou e, por pouco, não caiu.
Antes que o inevitável acontecesse, braços firmes a seguraram.
— Cuidado. — a voz de Augusto soou baixa, grave.
Ela ergueu os olhos, turvos pelo álcool, mas ainda assim cheios de brilho. Um sorriso atrevido despontou nos lábios pintados de batom borrado.
— Você… sempre tão sério. — murmurou, deixando a cabeça pender contra o peito dele. — Mas é bonito demais, sabia?
Augusto não respondeu. Apenas a ajeitou nos braços e seguiu para o elevador. Cada passo firme ecoava no silêncio da garagem, o corpo dela colado ao seu, quente, vulnerável.
Dentro do elevador, o espaço fechado intensificou tudo. O perfume adocicado de Eloise se misturava ao amadeirado dele, criando uma atmosfera densa