O jantar terminou num clima tranquilo, quase acolhedor. O pai e Eloise conversaram sobre coisas simples — lembranças da infância, comentários sobre vizinhos antigos, histórias de quando ela ainda vivia sob aquele teto.
Assim que ele pousou os talheres, Eloise se levantou primeiro.
— Pode deixar a cozinha comigo hoje, pai. Vai descansar.
Ele ergueu a sobrancelha, como se fosse protestar, mas logo cedeu com um gesto.
— Só porque você pediu, filha. — Levantou-se e seguiu até a sala, ajeitando-se na poltrona perto da janela, o livro em mãos. A televisão permanecia ligada, exibindo o som baixo de um noticiário que logo se misturaria à novela da noite.
Na cozinha, Eloise encheu a pia de água morna e começou a lavar os pratos. O barulho da torneira corria junto com o tilintar suave da louça, mas, dentro dela, os pensamentos faziam mais barulho que qualquer panela.
Será que devia ligar?
Mandar uma mensagem?
Só para saber se ele estava em casa… ou se também pensava nela?
Mordeu o lábio, distra