Capítulo 56
O silêncio que ficou depois da porta bater parecia pesar mais do que qualquer palavra.
Augusto continuava parado no mesmo lugar, o maxilar contraído, os olhos fixos em um ponto qualquer da mesa.
Eloise cruzou os braços, recostando-se na parede.
— Não vai me dizer que esse foi o café da manhã mais… agradável que você já teve? — tentou provocar, mas o tom soou mais cauteloso do que queria.
Ele desviou o olhar para ela, e por um instante, os olhos verdes pareciam mais frios do que nunca.
— Não brinque com isso, Eloise.
— Com o quê? — ela ergueu uma sobrancelha. — Com a ex-noiva que apareceu aqui sem ser convidada ou com o fato de você ter me chamado de “namorada” na cara dela?
— Com o que ela é capaz de fazer. — A voz saiu baixa, grave, carregada de uma firmeza que fez Eloise engolir em seco.
Por um momento, ela não respondeu. Observava-o como quem tentava decifrar um enigma perigoso.
— Você fala como se…
— Como se conhecesse bem o inimigo? — ele cortou,