Capítulo 24
Ele largou a caneta devagar e então levantou os olhos.
O olhar era de gelo.
— Não há nada pra conversar, senhorita Nogueira.
Ela piscou, sentindo o nome formal cortar como uma lâmina.
— Não foi... nada pra você?
— Não deveria ter sido pra você também — retrucou, seco, sem vacilar. — Não se iluda. Foi só uma noite. Um erro. Que não se repetirá.
O coração dela afundou. Mesmo assim, ela tentou.
— E meu trabalho? Como eu vou lidar com isso aqui dentro?
Ele se recostou na cadeira e cruzou os braços, o maxilar firme, o tom impassível.
— Você continua no cargo. Eu não contrato com base em envolvimento pessoal, muito menos em beleza. Contrato por competência. Apenas faça seu trabalho — disse, e então completou, com a voz ainda mais fria: — Vamos manter as coisas profissionais. Conversas apenas sobre trabalho. O que aconteceu deve ser esquecido. E não se repetirá
Ela engoliu a dor.
— E se... se a gente não conseguir separar as coisas?
Augusto a fitou por longos segundos. A friez