Coragem
na mansão dos Mello, dentro do quarto o clima era tenso.
Márcia vestiu a calça com mãos rápidas, prendeu o cabelo para trás e enfiou o celular escondido na cintura.
Ela puxou o edredom e enfiou dois travesseiros por baixo, formando uma silhueta alongada. Ajustou um terceiro na altura do “rosto” e cobriu tudo até os ombros. À primeira vista, parecia alguém deitado ali.
Ela havia planejado isso.
Silenciosamente.
Discretamente.
Como quem aprende a sobreviver dentro da jaula.
Foi até a sacada.
Do alto, o jardim parecia profundo demais.
Escuro demais.
Longe demais.
— Coragem… — ela sussurrou para si mesma, sentindo o gosto metálico do medo na boca.
Abaixou-se.
Debaixo da cama, no espaço que ninguém pensava em olhar, estavam os lençóis amarrados, dobrados de forma milimétrica, formando uma corda improvisada.
Ela havia preparado aquilo dias antes.
Para caso precisasse fugir.
Márcia amarrou a extremidade na grade da sacada, escondendo o nó atrás da