Rostos e Máscaras
O elevador abriu com um som suave, e Eloise desceu até o saguão.
O ambiente ainda estava cheio — o som dos passos, do telefone tocando e das portas automáticas criando uma rotina quase hipnótica.
Ela foi direto até o balcão da recepção.
— Obrigada, Maria. — disse, pegando o celular esquecido.
— De nada, senhora Nogueira. — respondeu a recepcionista, sorrindo.
Eloise ajeitou a bolsa no ombro e se virou para o elevador.
Mas antes que desse o primeiro passo, uma voz familiar chamou atrás dela:
— Oi, Elô! Tudo bem? Tá sumida.
Ela se virou, surpresa.
— Oi, Lucas. — respondeu com um sorriso polido. — É… tô trabalhando muito.
Ele se aproximou, o olhar fixo demais, o sorriso travado.
— Você tá bem… depois do acidente? — perguntou, a voz baixa, quase ensaiada.
Eloise hesitou por um instante.
Havia algo estranho na forma como ele a observava — como se estivesse tentando decifrar algo.
— Sim, tô bem. — respondeu, tentando manter o tom leve. — Foi só um susto, nad