Silêncio no Meio da Tempestade
Já passava das onze e meia quando Augusto e Heitor estacionaram em frente ao prédio.
O ar da noite estava frio, e a cidade parecia adormecida.
As luzes do apartamento ainda estavam acesas quando Augusto girou a chave na fechadura.
Entrou em silêncio, seguido de Heitor.
O som baixo da televisão preenchia o ambiente — um filme esquecido passava na tela.
No sofá, Nathalia e Sofia conversavam em voz baixa.
Eloise dormia com a cabeça apoiada nas pernas de Nathalia, o rosto sereno, uma mecha de cabelo caindo sobre os lábios.
Augusto parou por um instante, observando a cena.
Toda a tensão do dia pareceu se dissolver naquele quadro simples — a mulher que amava, finalmente em paz.
— Ela apagou faz uns trinta minutos. — sussurrou Nathalia, com um sorriso cansado. — Estava exausta.
Sofia completou:
— Tomou o chá e mal deu tempo de terminar o episódio. — disse, apontando para a televisão.
Augusto se aproximou devagar.
Ajoelhou-se ao lado do sofá e afastou com cuida