Jogada do Adversário.
O silêncio pesava no corredor. Emma respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas.
— Eu posso explicar. — disse, firme, mas o tom suave. — Não quero esconder nada de você. Só… não é agora. Depois conversamos com calma.
Ricardo a olhou demoradamente, como se tentasse puxar da memória um detalhe esquecido. O olhar firme, que normalmente intimidava qualquer um, se suavizou numa ponta de curiosidade.
— Você tem um rosto familiar. — disse, a voz grave ressoando como um eco. — Nós já nos vimos antes, não é?
Nathalia sustentou o olhar dele, sem se intimidar. Pelo contrário, havia algo de desafiante no jeito como arqueou a sobrancelha, um meio sorriso brincando nos lábios.
— Sim. Fiz uma entrevista com o senhor, anos atrás.
Por um instante, os olhos de Ricardo se estreitaram, avaliando-a. Era como se medisse não apenas a lembrança, mas a mulher que ela havia se tornado desde então. Um silêncio breve, denso, se instalou, carregado de algo que nem Emma nem as outra