Mais Fera do que Homem.
O som seco da porta batendo contra a parede fez Augusto erguer os olhos do notebook, o cenho franzido pela interrupção brusca.
— Thiago… — começou, irritado. — Isso é jeito de entrar na minha sala?
Mas a frase morreu no ar quando a figura de Thomas atravessou a porta atrás dele. O investigador fechou a porta com calma, os olhos firmes, e o ambiente ficou carregado de uma tensão que até Augusto reconheceu de imediato.
Ele se levantou devagar, ajeitando o paletó, como quem se preparava para ouvir algo pesado.
— Se você veio junto com ele… então não é bobagem. — murmurou, a voz grave.
Thomas caminhou até a mesa e colocou o pendrive sobre o tampo de vidro, com um gesto firme.
— Augusto, eu disse que traria a verdade. — falou, encarando-o de frente. — E aqui está. Mas preciso que entenda: o que você vai ver é apenas a ponta do iceberg.
O silêncio que seguiu parecia ecoar mais alto que qualquer palavra. Augusto estendeu a mão devagar, os dedos fortes