A Fera Ferida.
O relógio da parede marcava quase dez horas quando Eloise ajeitou a pasta de relatórios na mesa. O dia corria surpreendentemente bem, e pela primeira vez em semanas ela conseguia respirar um pouco sem sentir o peso esmagando os ombros.
O celular vibrou ao lado do teclado.
Mensagem de Nathalia:
“O dia nem começou e eu já quero que acabe kkkkk. Almoço e clínica logo, vaca! 💕”
Eloise deixou escapar uma risada curta, balançando a cabeça.
— Essa menina… — murmurou, com um sorriso que, por alguns segundos, aliviou o coração.
Mal sabia que, naquele instante, um furacão avançava pelas ruas de Cidade Norte em sua direção.
O furacão tinha nome: Augusto Monteiro.
---
Ele atravessou as portas de vidro da Lux Marketing sem anunciar-se, sem pedir permissão, sem sequer se importar com os olhares que o seguiam.
A camisa social estava aberta no colarinho, parte para fora da calça. O cabelo bagunçado denunciava as mãos nervosas que haviam passado por ali dezenas de vezes. E a