Capítulo 109

O Estrago

A bandeja de champanhes tremia levemente nas mãos de Eloise.

O uniforme preto era só mais uma máscara naquela noite — tão pesado quanto o sorriso educado que ela forçava.

Ela se aproximou da mesa alta, onde risadas abafadas e taças já meio vazias denunciavam a conversa animada dos CEOs. Sem erguer muito os olhos, ofereceu a primeira taça.

— Champanhe, senhor? — murmurou, a voz controlada.

Thamires virou-se de imediato, com aquele sorriso felino que exibia sempre que queria chamar atenção.

— Aceito. — disse, estendendo a mão para a taça.

Foi nesse exato instante que a luz do salão girou, refletindo em cristais e passando pelo rosto de Augusto.

Eloise congelou.

O ar saiu de seus pulmões.

Ela não acreditava no que via.

Ali, a poucos centímetros, estava ele.

Augusto Monteiro.

O homem que a havia destruído em palavras.

O homem que ela amava apesar de tudo.

Por um segundo eterno, o mundo ao redor desapareceu. Só havia o olhar dele — tão surpreso e feroz quanto o del
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