O Estrago
A bandeja de champanhes tremia levemente nas mãos de Eloise.
O uniforme preto era só mais uma máscara naquela noite — tão pesado quanto o sorriso educado que ela forçava.
Ela se aproximou da mesa alta, onde risadas abafadas e taças já meio vazias denunciavam a conversa animada dos CEOs. Sem erguer muito os olhos, ofereceu a primeira taça.
— Champanhe, senhor? — murmurou, a voz controlada.
Thamires virou-se de imediato, com aquele sorriso felino que exibia sempre que queria chamar atenção.
— Aceito. — disse, estendendo a mão para a taça.
Foi nesse exato instante que a luz do salão girou, refletindo em cristais e passando pelo rosto de Augusto.
Eloise congelou.
O ar saiu de seus pulmões.
Ela não acreditava no que via.
Ali, a poucos centímetros, estava ele.
Augusto Monteiro.
O homem que a havia destruído em palavras.
O homem que ela amava apesar de tudo.
Por um segundo eterno, o mundo ao redor desapareceu. Só havia o olhar dele — tão surpreso e feroz quanto o del