Capítulo 29
Eloise decidiu que apagaria aquela noite da mente.
Ela precisava do emprego.
O plano de saúde era excelente — e era isso que mantinha seu pai estável.
A cirurgia estava marcada.
E cada centavo que entrava já tinha destino certo.
Não havia espaço para confusões emocionais.
"Chega de ilusão."
"Vou vestir uma armadura mais blindada que a sua, Augusto Monteiro."
Pensou, firme, enquanto terminava de se arrumar.
Saia lápis preta, blusa branca impecável e um blazer ajustado.
Cabelo preso em um rabo de cavalo alto.
Maquiagem precisa, intocável.
O visual gritava profissionalismo — mas havia algo nos olhos dela que deixava claro: ela estava pronta para o campo de batalha.
Desceu as escadas com passos decididos. Na mesa, seu pai tomava café tranquilamente, lendo um jornal já meio gasto.
— Bom dia, pai — disse, inclinando-se para beijar sua testa.
— Bom dia, minha guerreira — ele sorriu, fechando o jornal. — Está linda. Vai enfrentar o mundo hoje?
— Todo dia — ela res