CAPÍTULO 9 — A GAVETA

O primeiro endereço parecia banal demais para esconder qualquer coisa.

Um apartamento pequeno, paredes brancas, cheiro de mofo recente, móveis baratos — tudo arrumado demais.

Thomas passou os olhos pelo lugar como quem desmonta um cenário.

— Parece limpo. — Fábio comentou, abrindo o armário da sala.

— Limpo demais. — Bruna rebateu, já ajoelhada perto do rodapé solto que havia notado.

Ela deslizou a unha pela madeira e puxou devagar.

Um estalo seco.

Uma placa inteira se soltou.

Atrás dela: envelopes recheados, notas de dinheiro úmidas, contratos assinados com nomes falsos… e um pequeno pendrive preto, escondido entre duas folhas.

Bruna sorriu, vitoriosa.

— Começamos bem.

Fábio assobiou, abrindo espaço no corredor estreito.

— Ou talvez ela que tenha nos dado sorte. — comentou, rindo, passando a mão no cabelo.

Thomas não riu.

Não moveu um músculo.

Ele apenas pegou o pendrive entre os dedos, girando-o lentamente, como se pudesse decifrar o conteúdo apenas pelo peso.

O olha
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