O primeiro endereço parecia banal demais para esconder qualquer coisa.
Um apartamento pequeno, paredes brancas, cheiro de mofo recente, móveis baratos — tudo arrumado demais.
Thomas passou os olhos pelo lugar como quem desmonta um cenário.
— Parece limpo. — Fábio comentou, abrindo o armário da sala.
— Limpo demais. — Bruna rebateu, já ajoelhada perto do rodapé solto que havia notado.
Ela deslizou a unha pela madeira e puxou devagar.
Um estalo seco.
Uma placa inteira se soltou.
Atrás dela: envelopes recheados, notas de dinheiro úmidas, contratos assinados com nomes falsos… e um pequeno pendrive preto, escondido entre duas folhas.
Bruna sorriu, vitoriosa.
— Começamos bem.
Fábio assobiou, abrindo espaço no corredor estreito.
— Ou talvez ela que tenha nos dado sorte. — comentou, rindo, passando a mão no cabelo.
Thomas não riu.
Não moveu um músculo.
Ele apenas pegou o pendrive entre os dedos, girando-o lentamente, como se pudesse decifrar o conteúdo apenas pelo peso.
O olha