Eles estavam virando noites.
Dias feitos de café frio, telas acesas e papéis espalhados.
Sofia e Thomas trabalhavam lado a lado há horas, quase sem falar. Não por desconforto — mas por concentração. O caso tinha deixado de ser apenas profissional. Havia algo pessoal ali. Para os dois.
Thomas estava debruçado sobre o computador quando o celular vibrou sobre a mesa.
Ele olhou a tela.
Suspirou.
— É minha mãe. — murmurou, atendendo.
Sofia não prestou atenção no início. Continuou anotando algo no bloco.
— Oi… — ele disse, a voz mudando de tom sem perceber. Ficou mais suave. — O que foi?
Do outro lado da linha, a voz de Antonieta vinha aflita, mas carinhosa.
— Filho, eu sei que você está trabalhando, mas aconteceu um imprevisto. O Miguelzinho saiu mais cedo da escolinha… seu irmão e a sua cunhada se atrasaram, e a babá só chega daqui a pouco. Você consegue buscar ele pra mim?
Houve um segundo de silêncio.
— Claro que consigo. — Thomas respondeu na hora. — Eu vou ago