Um silêncio denso pairava sobre tudo — o tipo de silêncio que não acalma, apenas sufoca.

Os funcionários se moviam em passos contidos, as vozes baixas, como se qualquer som mais alto pudesse despertar algo perigoso.

Lorenzo estava diferente.

Andava de um lado pro outro, o telefone na mão, o olhar fixo, as palavras curtas e secas.

Havia perdido o controle que ele tanto prezava, mesmo que tentasse disfarçar.

E, de algum modo, eu sabia que aquilo o torturava mais do que qualquer outra coisa.

— As câmeras não mostram ele saindo — disse ele, sem levantar os olhos. — O que significa que ele ainda pode estar aqui.

A frase pairou no ar, fria, sem pressa de se dissipar.

Tentei respirar fundo, mas o ar parecia mais pesado.

Catarina e Vittorio estavam na sala principal, discutindo com a equipe de segurança sobre o reforço nos muros e as novas senhas de acesso.

As irmãs circulavam pelos corredores, tentando agir normalmente, mas o medo já morava ali.