A correnteza os arrastou com violência, engolindo-os na escuridão gélida do rio. Beatriz sentiu a água gelada cortar sua pele, os redemoinhos puxando-a para baixo enquanto tentava desesperadamente manter Davi à tona. Seus braços doíam, os pulmões imploravam por ar, mas ela não soltaria ele. Nunca.
Fernando surgiu à sua esquerda, lutando contra a força da água. Helena, mais à frente, segurava-se em uma pedra, tentando encontrar um ponto seguro onde pudessem sair. O som dos disparos ainda ecoava pela floresta, mas se dissipava a cada metro que eram levados pela corrente.
Beatriz emergiu com dificuldade, puxando Davi consigo. Seus olhos se arregalaram ao ver o que havia adiante.
— Uma queda! — Fernando gritou, lutando para nadar na direção oposta.
O rio desaguava em um penhasco, e a água caía com um rugido ensurdecedor. O desespero tomou conta de Beatriz. Eles não conseguiriam parar a tempo. O coração dela bateu freneticamente ao olhar para Davi, cujos olhos semicerrados denunciavam que