O frio da madrugada parecia perfurar a pele de Beatriz enquanto ela e Fernando avançavam pela floresta. O silêncio era quebrado apenas pelo farfalhar das folhas e pelo som ritmado de suas respirações aceleradas. Cada passo era um lembrete cruel de que estavam correndo contra o tempo. Davi estava morrendo, e ela se recusava a aceitar essa possibilidade.
— Quanto falta? — Beatriz sussurrou, sua voz carregada de urgência.
— Pouco mais de um quilômetro. — Fernando respondeu, os olhos atentos a qualquer movimento ao redor. — Mas precisamos ser rápidos. Se nos virem chegando, será o fim.
Beatriz sentia seu coração batendo tão forte que parecia ecoar em sua cabeça. O medo e a esperança travavam uma batalha dentro dela. Ela não podia falhar. Não agora.
Quando finalmente avistaram a vila, Beatriz sentiu uma mistura de alívio e pavor. Pequenas casas de madeira se alinhavam ao longo da estrada de terra, luzes fracas brilhando através das janelas. Era um lugar pacato, mas qualquer um ali poderia