55. (LIVRO NOVO) O herdeiro da Casa Monteiro de Alcântara
O sol da manhã pintava a paisagem dourada da Fazenda Boa Esperança, refletindo nos vastos cafezais que pertenciam à família Monteiro de Alcântara havia gerações. Vicente observava a cena de sua varanda particular, os olhos semicerrados e a mente ocupada.
No papel, ele tinha tudo. O sobrenome, a fortuna, o respeito. Mas havia uma lacuna que precisava preencher, uma que seu pai lhe lembrava constantemente.
— Você precisa se casar, Vicente.
Casamento. Uma aliança vantajosa. Um nome adequado. Descendência garantida.
Não era uma questão de desejo ou romantismo. Para Vicente, o casamento precisava ser prático. Ele queria uma esposa saudável, que pudesse manter a linhagem Monteiro de Alcântara sem grandes complicações. Uma mulher que soubesse sorrir quando ele voltasse para casa com a cabeça explodindo em responsabilidades.
Ele não queria mais do que isso.
Se houvesse compatibilidade na cama, ótimo. Mas ele sabia que casamentos arranjados raramente ofereciam esse tipo de sorte.
Cecíli