O apartamento de Sophia parecia ainda mais vazio ao retorno. As persianas abertas deixavam a luz cinzenta do céu entrar, espalhando tons frios pelo mármore do chão. Ela caminhou até a cozinha, largando as chaves e o celular no balcão, como se não tivessem importância alguma. O eco do salto batendo nos azulejos era a única companhia que restava.
Tomou um copo d’água como quem toma veneno. Sentia-se enjoada, vazia, estranha no próprio corpo. Não era a primeira vez que dormia com alguém por impulso, mas era a primeira vez que, mesmo no auge do prazer, não conseguia estar presente. A mulher da noite passada já era apenas um vulto distante, um corpo usado como ponte para alcançar um delírio inalcançável.
Sophia largou o copo na pia e caminhou até o quarto. Deitou-se na cama desfeita, ainda vestida. Seus olhos encararam o teto por longos minutos. Uma pergunta ecoava, cravando-se fundo:
“Quem é você, LadyInSilk?”
Pegou o celular, desbloqueou. Entrou no aplicativo.
Nada.
Nem live. Nem s