Narrado por Maitê
Saber que tudo poderia ter sido evitado, toda a dor e angústia, conhecer o pior lado do homem que se disse meu pai, aquele que olhou nos meus olhos e mentiu em cada palavra, que fez minha mãe sofrer por tanto tempo, me faz desejar a morte dele lenta e dolorosa. Como ele pôde? Como um ser humano pode ser tão nojento e cruel?
Minha mãe e meu irmão estão mortos, e toda essa culpa é do homem que se diz ser meu pai, que queria minha lealdade. Agora, eu só tenho ódio.
Olho para o Caveira, e pela primeira vez, encaro de frente a verdade que sempre busquei. Me sinto vazia, como se tudo o que eu fosse até agora não fosse o suficiente. Mas hoje, a partir deste momento, toda a dor se transforma em algo mais forte: ódio. Cada cicatriz, cada ferida, cada pedaço de mim que foi destruído se tornará uma arma. Eu os farei pagar com minhas próprias mãos.
Hoje, a Maitê fragilizada, depressiva, morre. Nasce a Maitê vingativa. Eu saio desse posto de saúde com a cabeça erguida, os olhos