Narrado por Bruna
Depois que Maitê veio ao meu quarto e me contou o que estava planejando, fiquei com aquilo na cabeça. Eu sabia que ela estava desesperada por respostas, mas também sabia dos riscos. Não era qualquer um que podia ser sondado sobre o que acontecia no CDD — e muito menos sobre alguém ligada ao Cobra. Qualquer passo em falso podia me colocar em perigo.
Pensei em várias pessoas. Amigas, conhecidos, até vizinhos de outros morros… mas era arriscado demais. Ficar parecendo X9 é sentença de morte. A única pessoa em quem pensei e que talvez pudesse ajudar — sem levantar suspeitas — foi o JP. Ele não é só um vapor. Hoje em dia, é gerente de uma das bocas mais movimentadas do CDD. Já tivemos um rolo no passado e ele ainda tem um certo carinho por mim. Pode ser a brecha que preciso.
Peguei o celular e mandei uma mensagem, buscando parecer o mais natural possível:
— Oi JP, tudo bem? Faz um tempinho que a gente não se fala. Tô com saudades. A gente podia se ver?
A resposta veio mi