Eu não sabia quanto tempo se passou. Minutos? Horas? Dias? O tempo parecia uma coisa vaga, como se tivesse perdido a noção de tudo, exceto da dor e do vazio. Eu não conseguia parar de pensar, mas não conseguia mais falar. O silêncio me envolvia como uma prisão que eu mesma construí, e o mais estranho é que não me importava. Era como se minhas palavras já não tivessem mais valor, como se a minha voz tivesse sido arrancada junto com a minha dignidade naquela noite.
O quarto estava em silêncio, exceto pelo som suave de Ivy se movendo atrás de mim. Eu estava sentada na beirada da cama, o olhar perdido na escuridão da janela, enquanto ela, com mãos delicadas, penteava meu cabelo. Ela fazia isso sem pressa, sem palavras, mas com a paciência de quem entendia que eu precisava de algo tão simples para me sentir... um pouco menos quebrada.
Ela não falava, mas seu toque era suave, e eu sentia uma estranha sensação de conforto, como se, por um momento, eu estivesse sendo cuidada. Não que eu merec