Deixei Isabella com a mãe e saí do quarto em silêncio. Aquele era um momento que pertencia apenas às duas. Lia me esperava no corredor, com o olhar cansado e as mãos repousadas sobre a barriga. Fiz um sinal para que me acompanhasse. Caminhamos até o carro e seguimos alguns quarteirões adiante, em busca de um café tranquilo. O ar frio da manhã italiana batia no rosto e, por um instante, o silêncio entre nós pareceu dizer mais do que qualquer palavra. Eu sabia que Ella precisava desse tempo com a mãe, e Lia mesmo tentando parecer forte, também precisava respirar.
LIA: Obrigada por me trazer aqui.
Lia repousou as mãos sobre a mesa brincando com um anel em seu dedo indicador.
“ Não tem que agradecer, é o meu dever cuidar de você.”
O sorriso que estava em seus lábios se apaga, o que me deixa inquieto, como se tivesse dito algo que a chateou.
“ O que houve?”
LIA: Miguel… eu não quero que se sinta obrigado a…
“ Não começa Lia! Eu quis dizer que… mesmo com a situação da mãe da Isab