ELLA…
Quando recobrei a consciência, tudo parecia girar. A claridade forte das lâmpadas me cegava, e por alguns segundos não soube ao certo se ainda estava dentro do carro destruído ou se havia despertado em algum lugar entre a vida e a morte.
Foi o toque firme no meu ombro que me trouxe de volta: um médico explicando que minha pressão havia caído após o impacto, que eu tinha desmaiado, mas que estava fora de perigo. Apenas um corte superficial no ombro, causado por estilhaços de vidro, exigia curativo.
Ouvi cada palavra em silêncio, tentando absorver a gravidade da situação. Desmaiar não era morrer, mas por um instante eu havia estado na linha tênue entre os dois. Talvez por isso meus músculos estivessem pesados, como se carregassem o peso do susto. Quando o médico me deu alta, com recomendações para descansar e manter a calma, respirei fundo. Não sabia ainda o que me esperava do lado de fora daquele corredor, mas pressentia que não seria pouco.
E então eu o vi.
Ethan estava ali, no