A tarde estava quente no Rio. O céu azul, quase sem nuvens, contrastava com a tensão que se acumulava nas sombras.
Elisa caminhava pelo calçadão de Ipanema, aproveitando um raro momento de folga após uma longa semana no hospital. Fones de ouvido, música suave e o vento bagunçando seus cabelos. Estava tranquila, com um leve sorriso nos lábios.
Eduardo, do outro lado da rua, a observava de longe.
Tinha saído do trabalho mais cedo, decidido a surpreendê-la. Levava consigo um pequeno embrulho — um colar com um pingente em forma de nota musical que comprara naquela manhã.
Simples, mas cheio de significado.
Ele a amava.
E finalmente estava pronto para dizer isso.
Mas naquele mesmo instante, em um carro escuro, parado na esquina, Sophia observava tudo.
Estava acompanhada de um homem nervoso, com as mãos no volante e os olhos arregalados.
Tem certeza disso? ... ele perguntou, hesitante. Isso é loucura, Sophia…
Não é loucura. É justiça. ... ela respondeu com frieza. Só precisa