O Café Aurora estava mais movimentado do que o normal naquela manhã de terça-feira. O cheiro de pão de queijo recém-assado e o aroma forte do café se misturavam ao burburinho dos clientes que entravam e saíam apressados, muitos em busca de um rápido momento de conforto antes de enfrentar o dia. Helena trabalhava atrás do balcão, servindo com um sorriso discreto, mas por dentro, o coração parecia carregar um peso que não se dissipava.
Bianca, sempre atenta, percebeu. Enquanto passava as mãos em alguns copos para repor na prateleira, lançou um olhar firme para a amiga.
— Você tá estranha desde ontem… o que foi? — perguntou, em tom baixo, mas preocupado.
Helena respirou fundo. Havia coisas que ela tentava esconder até de si mesma, mas, diante de Bianca, era impossível manter as máscaras por muito tempo.
— Foi a festa… — começou, ajeitando a bandeja com os pães de mel. — Ver o Rafael lá, ao lado da Íris… como se nada tivesse acontecido entre a gente… Bianca, parecia que todo aquele tempo,