Kaleo
Ser rico significa ter todas as ferramentas do mundo para transformar a realidade em um jogo de tabuleiro. E eu, sem dúvidas jogo melhor que qualquer um.
Bart pensa que está escondendo algo. Ele acredita na ingenuidade da Layla, acredita que flores caras e palavras melosas bastam para manter a farsa. O erro dele não é a traição, é a presunção de que eu não veria.
Contratei um detetive particular. Um homem discreto, sem nome famoso, sem rastros digitais. Apenas olhos atentos, câmeras discretas e a lealdade que se compra com pacotes de notas. Dei a ele um único comando:
— Quero provas. Tudo.
Enquanto o detetive seguia os passos do meu rato disfarçado de príncipe, eu seguia outra trilha, a da minha diabinha.
Layla.
Ela não me via, mas eu estava lá. Sempre. Um vulto no reflexo da vitrine quando ela passava, um olhar distante quando ela subia no ônibus, um passo atrás no corredor escuro da ONG. Observá-la era como respirar, vital, inevitável, obsessivo.
Eu deveria odiá-la. Adrian mor