— Rivalidade. Acho que é isso.
Mas, no instante em que essas palavras deixam minha boca, um desconforto me atinge. É injusto pintar Leandro dessa forma. Eu completo, sem hesitar:
— A verdade é que era para ele se infiltrar, e não eu.
Tânia estreita os olhos, pensativa, e comenta:
— Antes de você chegar, ele se exaltou muito com Carlos. Ele queria tirar você desse trabalho de qualquer jeito. Argumentou que você não está preparada.
Sinto o peso dessas palavras enquanto amasso o copinho de café e o jogo no cesto.
— Eu percebi. Vou voltar para a minha mesa. Preciso terminar o relatório.
Tânia, no entanto, não se dá por vencida. Ela segura meu braço levemente, inclinando-se para murmurar no meu ouvido:
— Leandro parece que gosta de você.
Eu meneio a cabeça, negando de imediato.
— Impressão sua.
Ela arqueia uma sobrancelha, intrigada.
— Querida, é mais do que rivalidade. Pelo que ouvi da discussão, ele se preocupa com você.
Solto uma risada seca, sem humor. Meu olhar se cruza com o dela enq